quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Morra o espanador, morra, pum!

Este poema é difícil de traduzir (principalmente o "babies don't keep"), mas é muito bonito. 

"Babies Don’t Keep"

Mother, O Mother, come shake out your cloth,
Empty the dustpan, poison the moth,
Hang out the washing, make up the bed,
Sew on a button and butter the bread.

Where is the mother whose house is so shocking?
She’s up in the nursery, blissfully rocking.

Oh, I’ve grown as shiftless as Little Boy Blue,
Lullabye, rockabye, lullabye loo.
Dishes are waiting and bills are past due
Pat-a-cake, darling, and peek, peekaboo

The shopping’s not done and there’s nothing for stew
And out in the yard there’s a hullabaloo
But I’m playing Kanga and this is my Roo
Look! Aren’t his eyes the most wonderful hue?
Lullabye, rockaby lullabye loo.

The cleaning and scrubbing can wait till tomorrow
But children grow up as I’ve learned to my sorrow.
So quiet down cobwebs; Dust go to sleep!
I’m rocking my baby and babies don’t keep.
  Autor: Ruth Hulburt Hamilton

No final diz "Teias, sosseguem; pó, vai dormir! Estou a embalar o meu bebé que não se vai manter assim". 
Às vezes tenho a sensação (novamente, como dizia no post anterior) que não consigo fazer nada. O pó acumula nos móveis, o cotão rola no chão, e andamos a apanhar a roupa por dobrar diretamente para vestir. Passar a ferro é algo que não faço há meses. Mas depois o G diz, do alto da sua sabedoria de 7 anos, "tu dizes que não trabalhas, mãe, mas o teu trabalho é cuidar do 3G!" E pronto, lanço o peso na consciência para trás das costas e brinco com o bebé. Porque esse é o meu trabalho agora!  Quando trabalhamos "fora de casa", não temos de dividir as tarefas de casa entre pai e mãe? (Idealmente, claro...) Afinal, ambos trabalhamos fora, os filhos são dos dois, a casa também... Mas quando estamos em casa em licença de maternidade, parece que sentimos a obrigação de manter tudo limpinho e perfeito porque, afinal, "estamos em casa". Mas porque é que estamos em casa? Porque durante 9 luas andamos a gerar vida dentro de nós! Deveríamos poder deixar o nosso corpo (e mente e coração) reparar pelo menos o mesmo tempo. Mas como tentamos ser super mulheres, que pensam que conseguem tudo e para ontem, achamos que 2 semanas depois do parto já podemos aspirar e passar a ferro e limpar wcs. E podemos! Mas devemos?
É tão rápido enquanto eles crescem e, de repente, já não são bebés. Para quê andar a stressar com as tarefas domésticas quando temos tão pouco tempo assim, com eles a querer estar connosco, a precisarem de nós? Afinal, não é para cuidar deles que a segurança social nos paga principescamente (notar a ironia) estes meses? E não é verdade que depois vamos trabalhar para ter dinheiro para pagar a outra pessoa para cuidar dos nossos filhos? (Que por sua vez paga a outra para cuidar dos seus e assim sucessivamente. Isto sim é irónico!)
Por isso, e depois de um fim‑de‑semana a limpar e a aspirar e a espirrar com o pó, só daqui a algum tempo é que volto a essas andanças. E a teia de aranha no candeeiro? Deixa, é para apanhar os mosquitos. 
My baby won't keepTenho de aproveitar.  
 

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