E finalmente ele ganhou coragem, largou a mão da mãe e começou a andar sozinho! :)
Todos nós temos no livro do bebé uma inscrição qualquer acerca dos primeiros passos. E se não temos livro de bebé, então os nossos pais, avós, tios, irmãos, primos ou vizinhos não se importam de repetir, quando queremos e quando não queremos, aquelas gracinhas que fizemos para conseguir entrar no clube dos bipedes.
Estava a ler um livro hoje com algumas dicas de "slow parenting" quando chego à pagina 77, cujo capitulo se chama "Walking the walk". As autoras sustentam a ideia de que os pais que andam de costas tortas, agarrados por 1 dedo enquanto os seus bebés começam a dar os primeiros passos, parecem neandertais. Elas continuam dizendo que, "tal como andar de bicicleta, caminhar requer equilibrio, mas que não há razão nenhuma para que os pais sejam as rodinhas de segurança dos seus filhos". Tal como tudo na vida, é preciso cair para poder levantar e não é por nós estarmos a segurar a mão da criança que ela se vai magoar menos ao cair. Disso já eu tive a prova. As quedas mais chorosas foram quando estava agarrado a mim ou a alguém. Se, por outro lado, tivesse as mãos livres, talvez tivesse amparado melhor a queda e não se assustasse tanto.
Aliás a nossa médica disse o mesmo: "Sabe que ele precisa cair?". Mas é muito mais fácil ouvir a teoria que seguir a prática. É muito mais fácil dizer para ele andar sozinho do que de facto deixa-lo andar sozinho. Muitas vezes penso se estaremos a criar um miúdo medricas, mas de cada vez que o vejo dar os seus passitos hesitantes penso que não. Ele é esperto, sabe que consegue chegar a mais coisas se estiver pelo próprio pé e bastante rápido vai andar a correr pela casa.
Disse Confúcio que "A nossa maior conquista não é a habilidade de não cair, mas a de saber levantar cada vez que caímos". É verdade.
Mas deixem-me, às vezes e só por um bocadinho, evitar que ele caia... Está bem?
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
AI que DORES!
Um dos assuntos mais importantes, isto é, com o qual demoramos mais tempo, no CPP (curso de preparação para o parto) foi a dor ou, como eu costumo chamar, o MEDO da dor. Para a maioria das pessoas (incluindo os companheiros de CPP) é desconhecido que o parto tem 3 fases, que se deve andar para ajudar o bebé a encaixar e descer, que há variadíssimas formas de ajudar a suportar a dor das contracções, que entretanto se vão intensificando e aproximando.
Eu costumo dizer que as pessoas falam sempre em aguentar as contracções. Ora o que se "aguenta", guarda-se cá dentro. Para mim, as dores das contracções suportam-se e trabalha-se para que passem. Uma coisa tão simples como ficar na bola de partos já pode muito bem aliviar a dor e o desconforto das contracções iniciais. Mas o que mais me perguntaram no hospital não foi se eu queria uma bola de partos (a qual eu pedi e à qual tiraram o pó), uma massagem ou um banho quente; foi, isso sim, se eu queria drogas (epidural).
Entenda-se que não tenho nada contra a epidural. Aliás, agora conheço várias mulheres que tiveram experiências óptimas de parto com epidural. Fico feliz por elas. No entanto, o número de casos em que as experiências não foram assim tão boas, em que houve efeitos secundários adversos, é ainda assim grande. E eu estou só a falar dos nossos conhecimentos. Casos escabrosos e arrepiantes estão ao virar de cada blog, por isso não os vou descrever. Mas há que pensar que nos (poucos?) anos em que a epidural cá anda, não se fizeram estudos conclusivos quanto ao seu efeito no feto/criança nem na mãe.
Aliás, um dos exercícios do CPP era dar indicações de efeitos secundários da epidural e de outros métodos de alivio da dor (como aromaterapia, música, água, bola de partos, etc). Quem quiser pense um pouco no que sabe do assunto e com certeza arranja uns 5 efeitos secundários da epidural e talvez 1 (ou nenhum) em cada outro método.
A frase "Parir sem dor" tornou-se num lema de muitos hospitais que querem ver aumentar a taxa de natalidade dentro dos mesmos, advogando que as mulheres não precisam "passar pelas dores de parto", que ninguém quer "sofrer" com as contracções, que a tecnologia nos dá os instrumentos para que o parto seja mais "fácil" e só temos que os usar.
Eu digo que um óptimo slogan seria "Parir com respeito" em que a dor é apenas um dos aspectos do parto, importante como muitos outros... Ou até mais. Que tal perguntar à puérpera o que ela sente e deseja? Que tal haver monitores fetais portáteis para que a mãe possa sair da cama durante a fase activa? Que tal não canalizar logo uma veia e pôr a puérpera a soro, fazendo-a sofrer (aí sim, a bom sofrer!) com sede sabe-se lá quantas horas? Isso seria parir com respeito, e a mulher sentir-se-ia mais bem preparada para enfrentar as outras dores importantes.
Senão vejamos: já algumas vez viram um episódio do "Dr. House" em que ele trata de uma menina que tem um problema neurológico e não consegue sentir dor/es? É uma vida complicada, pois a cada manhã a rapariga tem de se ver ao espelho para ter a certeza de que não se mordeu durante o sono e está a sangrar; não pode praticar desporto pois pode partir ossos e não sente; tem de cozinhar com muito cuidado pois se se corta ou queima não saberá; enfim, imaginem todo o vosso dia a dia vivendo sem a consciência de que um acto pode magoar-nos e por isso temos de ter cuidado. Muita gente diria que seria uma vida fantástica porque não sofreria, mas quem viu o episódio de que falei sabe que a vida da rapariga era tudo menos fantástica.
As dores, por muito irritantes, más e irracionais que sejam têm uma função: indicam que se passa algo com o nosso corpo. Seja um dente cariado, falta de descanso ou que o bebé está pronto para nascer, as dores merecem ser sentidas e compreendidas porque quem conhece as suas dores, conhece o seu próprio corpo.
As dores das contracções são precisamente uma indicação de que algo está para acontecer, que é melhor a mãe preparar-se porque vai ter muito trabalhito pela frente. Mas não há que ter medo! Cada contracção que vem, é uma contracção a menos para o bebé estar cá fora. E sejamos sinceras: nunca em ocasião mais nenhuma sentiremos as contracções a não ser no parto dos nossos filhos. Porque não passar pela experiência?
Claro que há pessoas que têm uma fraca resistência à dor, e outras que conseguem suportar a dor mais facilmente. A verdade, para mim, é que qualquer que seja o caso, desde que haja um processo de mentalização no sentido do que se quer do parto, do que se espera, de até onde estamos dispostos a ir para ter essa experiência em pleno, então as contracções são suportáveis, "aguentam-se" bem e passam depressa.
É como tudo na vida: depende da perspectiva.
Eu costumo dizer que as pessoas falam sempre em aguentar as contracções. Ora o que se "aguenta", guarda-se cá dentro. Para mim, as dores das contracções suportam-se e trabalha-se para que passem. Uma coisa tão simples como ficar na bola de partos já pode muito bem aliviar a dor e o desconforto das contracções iniciais. Mas o que mais me perguntaram no hospital não foi se eu queria uma bola de partos (a qual eu pedi e à qual tiraram o pó), uma massagem ou um banho quente; foi, isso sim, se eu queria drogas (epidural).
Entenda-se que não tenho nada contra a epidural. Aliás, agora conheço várias mulheres que tiveram experiências óptimas de parto com epidural. Fico feliz por elas. No entanto, o número de casos em que as experiências não foram assim tão boas, em que houve efeitos secundários adversos, é ainda assim grande. E eu estou só a falar dos nossos conhecimentos. Casos escabrosos e arrepiantes estão ao virar de cada blog, por isso não os vou descrever. Mas há que pensar que nos (poucos?) anos em que a epidural cá anda, não se fizeram estudos conclusivos quanto ao seu efeito no feto/criança nem na mãe.
Aliás, um dos exercícios do CPP era dar indicações de efeitos secundários da epidural e de outros métodos de alivio da dor (como aromaterapia, música, água, bola de partos, etc). Quem quiser pense um pouco no que sabe do assunto e com certeza arranja uns 5 efeitos secundários da epidural e talvez 1 (ou nenhum) em cada outro método.
A frase "Parir sem dor" tornou-se num lema de muitos hospitais que querem ver aumentar a taxa de natalidade dentro dos mesmos, advogando que as mulheres não precisam "passar pelas dores de parto", que ninguém quer "sofrer" com as contracções, que a tecnologia nos dá os instrumentos para que o parto seja mais "fácil" e só temos que os usar.
Eu digo que um óptimo slogan seria "Parir com respeito" em que a dor é apenas um dos aspectos do parto, importante como muitos outros... Ou até mais. Que tal perguntar à puérpera o que ela sente e deseja? Que tal haver monitores fetais portáteis para que a mãe possa sair da cama durante a fase activa? Que tal não canalizar logo uma veia e pôr a puérpera a soro, fazendo-a sofrer (aí sim, a bom sofrer!) com sede sabe-se lá quantas horas? Isso seria parir com respeito, e a mulher sentir-se-ia mais bem preparada para enfrentar as outras dores importantes.
Senão vejamos: já algumas vez viram um episódio do "Dr. House" em que ele trata de uma menina que tem um problema neurológico e não consegue sentir dor/es? É uma vida complicada, pois a cada manhã a rapariga tem de se ver ao espelho para ter a certeza de que não se mordeu durante o sono e está a sangrar; não pode praticar desporto pois pode partir ossos e não sente; tem de cozinhar com muito cuidado pois se se corta ou queima não saberá; enfim, imaginem todo o vosso dia a dia vivendo sem a consciência de que um acto pode magoar-nos e por isso temos de ter cuidado. Muita gente diria que seria uma vida fantástica porque não sofreria, mas quem viu o episódio de que falei sabe que a vida da rapariga era tudo menos fantástica.
As dores, por muito irritantes, más e irracionais que sejam têm uma função: indicam que se passa algo com o nosso corpo. Seja um dente cariado, falta de descanso ou que o bebé está pronto para nascer, as dores merecem ser sentidas e compreendidas porque quem conhece as suas dores, conhece o seu próprio corpo.
As dores das contracções são precisamente uma indicação de que algo está para acontecer, que é melhor a mãe preparar-se porque vai ter muito trabalhito pela frente. Mas não há que ter medo! Cada contracção que vem, é uma contracção a menos para o bebé estar cá fora. E sejamos sinceras: nunca em ocasião mais nenhuma sentiremos as contracções a não ser no parto dos nossos filhos. Porque não passar pela experiência?
Claro que há pessoas que têm uma fraca resistência à dor, e outras que conseguem suportar a dor mais facilmente. A verdade, para mim, é que qualquer que seja o caso, desde que haja um processo de mentalização no sentido do que se quer do parto, do que se espera, de até onde estamos dispostos a ir para ter essa experiência em pleno, então as contracções são suportáveis, "aguentam-se" bem e passam depressa.
É como tudo na vida: depende da perspectiva.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Despacha-te a nascer!
Os homens que nunca andaram com um barrigão enorme, não podem sequer imaginar qual é a sensação. É indescritível! Sentimo-nos redondas, inchadas, enormes, mal dispostas, a correr para casa de banho, enjoadas e cheias de fome ao mesmo tempo... Não há palavras para descrever o desconforto geral.
Para além do que sentimos fisicamente, há uma completa batalha a travar-se no nosso cérebro: "despacha-te a nascer!" e "deixa-te ficar aí para seres sempre só meu" foram 2 dos pensamentos que se degladiavam dentro do mim nas últimas semanas da gravidez. Fora parte o stress profissional, a verdade é que queria estar calma e curtir a dita cuja barriga e o pequeno monstro que lá se escondia, mas as ânsias e os nervos de não saber o que ia acontecer quando o bebé saísse não deixavam a minha pobre cabeça descansar.
Uma das coisas (entre outras) que ajudou bastante no processo chama-se curso de preparação para o parto (CPP). Ele há muitos, de muitas maneiras e feitios, dado por muita gente e em muitos locais, mais ou menos caros. Mas há uma certa tendência para aqueles que são gratuitos (os do centro de saúde e hospital) serem a horas que não lembra o diabo. É que uma estudante de mestrado (pré-bolonha) e bolseira de investigação em Lisboa vir ter o curso às 15h no Barreiro e voltar para Lisboa simplesmente não é possível. Ou seja, qualquer pessoa que trabalhe em Lisboa e viva no Barreiro, por ex., vê-se aflita para poder estar nesses cursos.
Então andei às voltas até encontrar um local, relativamente perto do trabalho de ambos, com horários pós laborais, que tivesse valores razoáveis e, principalmente, que seguisse o mesmo tipo de filosofia "naturalista" que nós. Aí conhecemos a "nossa" enfermeira obstetra e um conjunto de outros casais que, na sua maioria, estava ainda pior preparado para o que aí vinha do que nós.
Foi no curso que soubemos das diferentes fases do parto, das práticas que são "habituais" em Portugal e por esse mundo "civilizado" fora, que tendem a despachar o mais rápido possível essa coisa suja que é nascer. Nós mesmos fomos "vitimas" disso pois começamos a cair nas tabelas das sras enfermeiras dentro do "prolongamento da fase latente do trabalho de parto" que, segundo as "normas" não deve passar para além das 8 horas. No entanto, não fica claro da leitura dos manuais se não haverá situações que induzem esse prolongamento, como estar amarrada a uma cama pelos monitores de contracções e de batimento cardíaco fetal, em vez de deambular como toda a mulher, desde o inicio da humanidade, fez. O que interessa é que a sra que entra ainda na fase latente, por algum motivo, se despache a ter a criança! E para isso, nada melhor que a administração de uma "occitocinazinha" para ajudar a despachar a coisa.
Tenho para mim que, na maior parte dos casos, se as mulheres levarem um reforço positivo durante a gravidez (seja num CPP ou de outra forma) em que lhes seja incutido que elas conseguem parir virtualmente sem ajuda de ninguém, desde que ouçam e conheçam o seu próprio corpo, muita coisa seria evitada. Tenho para mim que a natureza fez-nos, fêmeas de mamíferos que somos, com a capacidade de parir em qualquer condição e que se temos os avanços médicos que temos, dêmos graças a Deus e utilizemo-los nos casos onde, de facto, fazem falta.
Os partos, principalmente de 1º filho, são demorado na esmagadora maioria dos casos e a baliza das horas é importante para se perceber se está tudo a correr bem, mas é de desconfiar se alguém está com muita pressa que o bebé nasça, sem dar justificação aparente ou dando uma justificação coxa. O mais provável é querer empurrar para uma cesariana, estar com pressa para ir almoçar ou para sair, que já acabou o turno.
O que leva também ao fantástico nascimento "por encomenda".
- Então dia 18, às 10 da manhã, está bom para si?
- Sim, sr dr.
E imaginem, anos mais tarde:
- Mãe, como é que eu nasci?
- Então, como o sr dr só fazia partos às 3ª e 5ª; nós marcámos para a 3ª, dia 18, às 10h. Além disso, estavas previsto para dia 29 de Dezembro, o que era uma chatisse porque ias estragar a passagem de ano. E uma semana antes era o Natal, por isso também não dava. Assim, nasceste com 15 dias de antecedência, que era quando dava jeito.
Que giro. Podemos ter filhos como encomendamos pizzas, na hora e momento certo em que queremos. Esqueçam a história de o bebé poder não estar preparado; esqueçam a ideia de que a mulher saber quando é que a sua criança vai nascer. O que interessa hoje em dia é se "dá jeito" ou não. Numa sociedade de consumo, de prazeres fáceis, isto será de espantar?
Eu cá prefiro saber que o meu filho nasceu quando quis, quando achou que estava preparado. E eu estava cá para o acolher, porque o queria e desejava independentemente do dia e da hora. E acredito que devia ser sempre assim, desde que nada haja contra.
Por isso, fora com o "despachar"! Viva(m) o slow!
:)
Para além do que sentimos fisicamente, há uma completa batalha a travar-se no nosso cérebro: "despacha-te a nascer!" e "deixa-te ficar aí para seres sempre só meu" foram 2 dos pensamentos que se degladiavam dentro do mim nas últimas semanas da gravidez. Fora parte o stress profissional, a verdade é que queria estar calma e curtir a dita cuja barriga e o pequeno monstro que lá se escondia, mas as ânsias e os nervos de não saber o que ia acontecer quando o bebé saísse não deixavam a minha pobre cabeça descansar.
Uma das coisas (entre outras) que ajudou bastante no processo chama-se curso de preparação para o parto (CPP). Ele há muitos, de muitas maneiras e feitios, dado por muita gente e em muitos locais, mais ou menos caros. Mas há uma certa tendência para aqueles que são gratuitos (os do centro de saúde e hospital) serem a horas que não lembra o diabo. É que uma estudante de mestrado (pré-bolonha) e bolseira de investigação em Lisboa vir ter o curso às 15h no Barreiro e voltar para Lisboa simplesmente não é possível. Ou seja, qualquer pessoa que trabalhe em Lisboa e viva no Barreiro, por ex., vê-se aflita para poder estar nesses cursos.
Então andei às voltas até encontrar um local, relativamente perto do trabalho de ambos, com horários pós laborais, que tivesse valores razoáveis e, principalmente, que seguisse o mesmo tipo de filosofia "naturalista" que nós. Aí conhecemos a "nossa" enfermeira obstetra e um conjunto de outros casais que, na sua maioria, estava ainda pior preparado para o que aí vinha do que nós.
Foi no curso que soubemos das diferentes fases do parto, das práticas que são "habituais" em Portugal e por esse mundo "civilizado" fora, que tendem a despachar o mais rápido possível essa coisa suja que é nascer. Nós mesmos fomos "vitimas" disso pois começamos a cair nas tabelas das sras enfermeiras dentro do "prolongamento da fase latente do trabalho de parto" que, segundo as "normas" não deve passar para além das 8 horas. No entanto, não fica claro da leitura dos manuais se não haverá situações que induzem esse prolongamento, como estar amarrada a uma cama pelos monitores de contracções e de batimento cardíaco fetal, em vez de deambular como toda a mulher, desde o inicio da humanidade, fez. O que interessa é que a sra que entra ainda na fase latente, por algum motivo, se despache a ter a criança! E para isso, nada melhor que a administração de uma "occitocinazinha" para ajudar a despachar a coisa.
Tenho para mim que, na maior parte dos casos, se as mulheres levarem um reforço positivo durante a gravidez (seja num CPP ou de outra forma) em que lhes seja incutido que elas conseguem parir virtualmente sem ajuda de ninguém, desde que ouçam e conheçam o seu próprio corpo, muita coisa seria evitada. Tenho para mim que a natureza fez-nos, fêmeas de mamíferos que somos, com a capacidade de parir em qualquer condição e que se temos os avanços médicos que temos, dêmos graças a Deus e utilizemo-los nos casos onde, de facto, fazem falta.
Os partos, principalmente de 1º filho, são demorado na esmagadora maioria dos casos e a baliza das horas é importante para se perceber se está tudo a correr bem, mas é de desconfiar se alguém está com muita pressa que o bebé nasça, sem dar justificação aparente ou dando uma justificação coxa. O mais provável é querer empurrar para uma cesariana, estar com pressa para ir almoçar ou para sair, que já acabou o turno.
O que leva também ao fantástico nascimento "por encomenda".
- Então dia 18, às 10 da manhã, está bom para si?
- Sim, sr dr.
E imaginem, anos mais tarde:
- Mãe, como é que eu nasci?
- Então, como o sr dr só fazia partos às 3ª e 5ª; nós marcámos para a 3ª, dia 18, às 10h. Além disso, estavas previsto para dia 29 de Dezembro, o que era uma chatisse porque ias estragar a passagem de ano. E uma semana antes era o Natal, por isso também não dava. Assim, nasceste com 15 dias de antecedência, que era quando dava jeito.
Que giro. Podemos ter filhos como encomendamos pizzas, na hora e momento certo em que queremos. Esqueçam a história de o bebé poder não estar preparado; esqueçam a ideia de que a mulher saber quando é que a sua criança vai nascer. O que interessa hoje em dia é se "dá jeito" ou não. Numa sociedade de consumo, de prazeres fáceis, isto será de espantar?
Eu cá prefiro saber que o meu filho nasceu quando quis, quando achou que estava preparado. E eu estava cá para o acolher, porque o queria e desejava independentemente do dia e da hora. E acredito que devia ser sempre assim, desde que nada haja contra.
Por isso, fora com o "despachar"! Viva(m) o slow!
:)
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