Toda a gente sabe que a amamentação é o melhor para a mãe e para o bebé. Toda a gente sabe que a amamentação cria laços emocionais; que dá ao bebé as defesas que ele precisa para os primeiros tempos de vida; que permite à mãe recuperar a forma física mais rapidamente... Bem, nem toda a gente sabe. E parece que muitos médicos sãos os que menos sabem acerca do assunto.
Afinal, porquê amamentar quando dar o birerão é mais giro? A maioria das raparigas da minha idade cresceram com Nenucos e os seus acessórios, onde estava a chucha (outro objecto mítico!) e o biberão miniatura. Nós crescemos com isso no nosso imaginario.
Depois vem a questão social. Dar de mamar em sitio publico é embaraçoso! Pôr as nossas mamas ao ar assim, no meio da rua?! Credo! Muito mais fácil andar com biberão, garrafinha térmica para a água, caixinha com o leite em pó e eu sei lá que demais parafernália atrás! É raro ver uma mulher a amamentar num restaurante ou num parque. E é uma pena.
Estive com uma mãe há coisa de um mês que se queixava que em 6 dias já tinha passado por muito com gretas e feridas. Ela dizia que entre a bomba e mamadas, lá ía conseguindo aguentar. Outra amiga teve tantos problemas que de cada vez que amamentava o filho tinha de morder num anel de borracha para não gritar de dores. Mas amamentou o filho.
Admiro estas pessoas que sofrem mas ainda assim perseveram, porque qualquer um pode ir a um supermercado comprar uma lata de leite. Poucos são os que se mantêm firmes no intuito de que amamentar é, de facto, o melhor. É que é preciso muita força de vontade!
Eu compreendo, a sério que compreendo! Afinal, quando uma criança pequena acaba de mamar e continua a chorar convulsivamente, não seria mais fácil passar logo ao plano B e enfiar com uns bem medidos 150ml de leite no bucho? Sim, porque sabemos lá nós a quantidade de leite que o bebé mama à mama (disseram-me isto tanta vez quando o Gabriel tinha crises de cólicas...). No entanto, aquilo em que acredito, é que os bebés muitas vezes choram porque há algo que os incomoda e não tem nada a ver com fome. E há um teste muito simples para isso no inicio da sua vida: a balança! Se o bebé está a aumentar de peso é porque está a receber todo o leite de que precisa! Se chora depois de mamar e havendo a certeza de que estava mesmo a mamar (e não a chuchar), então não é de fome.
E nem me falem no laço com o pai. É que com biberão o pai também pode participar na alimentação do filho logo que nasce... Mas das milhentas coisas que há para fazer com um bebé, porque hão-de imiscuir-se naquela que é exclusiva da mãe?? Toda a gente pode dar banho, embalar, mudar a fralda, deitar, ler histórias, cantar, brincar com o bebé. Mas só a mãe pode amamentar.
A minha história, neste aspecto, é uma seca. Amamentação completamente sem espinhas durante os 18 meses que durou e os biberãos que nos ofereceram serviram apenas quando o Gabriel começou a ficar com as avós. Sim, sou apologista da amamentação prolongada, sou contra o leite de vaca consumido por humanos e sou apologista de que, enquanto der, houver e a criança quiser, que haja mama! Nem que seja, como nós, de 1:30h em 1:30h! Porque, sabem, os bebés não sabem o que é o tempo e não sabem ver as horas. Lá porque o nosso médico diz que se deve dar de mamar apenas de 3 em 3h não quer dizer que o nosso bebé vá nessa conversa. :) E muitas vezes não vai!
Tenho pena quando conheço mães que desistem. Há várias razões para isso e, como disse acima, compreendo completamente. Mas tenho pena. É que não poupam umas largas dezenas de €, andam carregadas de tralha atrás e não têm a fantástica sensação de "levar o menino ao peito".
Estas fotos foram tiradas na Feira de Santarém, há um ano. Foram elas a minha inspiração....
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