quinta-feira, 11 de março de 2010

"Quando é que nasce?"

É a pergunta que as futuras mamãs devem ouvir mais durante os longos (?) 9 meses lunares de gravidez.

Eu gostava de responder "Quanto Deus quiser!" ou "Quando o bebé quiser!"e arrumava o assunto. Quer dizer, senão está nas nossas mãos, o que interessa o que os médicos dizem? Aliás, o que interessa quando nasce? Parafraseando as nossas avós, o que interessa é que tenha saúde! :)

No entanto, o "hiper-pai" começa a stressar logo durante a gestação. E grande parte por culpa do consumismo desenfreado que vivemos. Senão reparem na quantidade de coisas e decisões que os pais modernos têm de fazer:
- nomes?
- nascer onde?
- fazer curso de preparação para o parto?
- preservação das células estaminais?
- alcofa, berço ou cama?
- tirar licença de maternidade curta ou longa? O pai também tira ou não?
- que livros de ajuda parental comprar?
- ...

Dica para os novos futuros pais: des-stressem!!!
Um bebé não é um gadget para o qual temos de ler as instruções todas! Claro que quanto mais informação, melhor a preparação, principalmente para o parto, mas não é preciso terem 3 sitios onde a criança vá dormir. Lembrem-se que aqui há uns (poucos!) anos os bebés dormiam em cestas de verga quando as mães andavam no campo a trabalhar. E a sociedade humana cresceu e continua a multiplicar-se!

Não vão comprar logo montanhas de roupa tamanho 0, termómetro para a água e banheira/balde para o banho, compressas, carro de passeio e marsúpio/pano! Aliás, párem de comprar coisas, ponto! O que interessa é a vossa experiência de gravidez que, acreditem, passa a correr. Terão muito tempo depois da criança nascer para comprar as coisas para ele. Tirem fotos, vão passear, mostrem orgulhosamente a vossa barriga. Pessoalmente acho que as mulheres têm um brilho especial quando estão grávidas. Aliás, nunca me senti tão bem como naqueles meses, à parte a azia constante e demais chatisses menores, é uma época muito especial. Nunca mais estaremos tão "próximas" de alguém como estamos do nosso bebé ainda por nascer. E isso é único!

O Gabriel estava prestes a nascer e ainda não tinhamos montado a cama dele. Eu dizia a brincar à Cristina que tinhamos (e temos!) uma cesta da roupa de plástico que é ideal para ele dormir. Era a brincar, mas se fosse preciso, qual era o mal de não ter a cama montada? Ou o quarto?



Relaxem! Mães, tirem 1 ou 2 meses antes do fim do tempo para descansar e preparar a vossa mente e a vossa vida para o pequeno ser humano que por aí vem. Está provado que as mulheres que tiram esse tempo para si mesmas têm menos probabilidade de desenvolverem depressão pós-parto pois psicologicamente estão mais seguras e confiantes. Façam Pilates, piscina e caminhadas. Conversem com outras grávidas mas, por favor, não liguem a todas as histórias de partos horripilantes que as mulheres tendem a contar umas às outras. Às vezes parecem que estão a contar episódios que viveram na guerra! Cada parto é um parto, cada mulher uma mulher, e lá por a vossa mãe ou avó ou prima ou amiga ter tido uma determinada experiência de parto, não quer dizer que vocês a vão ter também!

Entrem em "contacto" com o vosso bebé, conversem com ele, cantem para ele, leiam para ele, PENSEM para ele. As boas vibrações, os bons pensamentos e as boas sensações passam através da placenta como o fazem os nutrientes. Mas não o tentem proteger das coisas chatas! Se tiverem de gritar, gritem; se tiverem de se zangar, zanguem-se; se tiverem de chorar, chorem; se tiverem de viver um luto, vivam. Reprimir as coisas é pior para a criança que sentir que a mãe as está a viver plenamente, que está a lidar com elas. A minha avó faleceu estava no 3º mês de gestação, mas não foi por isso que deixei de ir ao velório e ao funeral. Doeu, claro que sim, mas a vida é feita de momentos de alegria e de dor. Porquê tentar que algo seja perfeito quando a vida não o é? Não pensem que a gravidez tem de ser um tempo de paz e harmonia pois só se vão desiludir. A vocês mesmas e à vossa criança.

Não comprem, vivam! E amem, divirtam-se e aproveitem.
São 9 luas que passam a voar... E o que importa são as boas recordações que ficamos delas.

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