sexta-feira, 23 de março de 2012
Amamentar como uma arte...
Acabei de ler este livro e adorei! Fiquei mesmo a pensar "Se eu tivesse lido isto antes do Gabriel nascer, acho que as coisas teriam corrido de forma ainda mais suave". Não que tenha tido uma má experiência de amamentação, muito, muito longe disso. Mas porque, ainda assim, me deixei levar por comentários e criticas que hoje, depois de ver as justificações cientificas deste livro, teria sido muito mais fácil suportar. E as cólicas?! Acredito que essas não teriam tido o impacto que tiveram!
O livro fala muito mais do que acerca "só" da amamentação. Fala também do processo fisiológico do parto, das emoções envolvidas nas primeiras semanas pós-parto e de tudo (ou quase) o que uma jovem mãe, ainda por cima de primeira viagem, costuma ouvir, quer acerca da amamentação quer acerca de tanta, tanta outra coisa. Um pequeno exemplo, que eu tomei a liberdade de traduzir livremente, é este:
Dez coisas que não se dizem a uma recém-mãe que amamenta:
1. Ele está a mamar outra vez??
2. Ele só te está a usar como chucha.
3. Deixa-me dar um biberão ao bebé para poderes tratar das coisas de casa.
4. Talvez tenhas leite fraco.
5. Na nossa família nunca tivemos leite suficiente.
6. Mamas desse tamanho fazem leite suficiente?
7. Se vais voltar para o trabalho, não o devias habituar a beber biberão dado por outra pessoa?
8. Pareces uma vaca agarrada a essa bomba.
9. O que eu sinto é que as tuas mamas me pertencem a mim e não ao bebé.
10. Não o deixes dormir à mama ou habitua-lo mal!
Eu tive a sorte de só ouvir uma ou outra destas frases, mas poderia acrescentar mais umas quantas...
E respostas? Bem, no final do livro há umas dicas para suportar estes (e muitos outros) comentários, mas há uma que eu gostei particularmente:
- Responde a cada pergunta "provocatória" com um Porque é que pergunta?
As pessoas, quer sejam amigas, familiares ou às vezes desconhecidos que encontramos na rua/restaurante/transportes, até não o fazem por mal e até querem ajudar. Porque somos mães pela primeira vez, porque o bebé até chora muito, porque precisamos dormir mais... Mas a verdade é que cada bebé é um bebé e todos são diferentes, mesmo entre irmãos. E outra grande verdade é que os bebés pequenos não manipulam ou têm segundas intenções: se eles se calam quando mamam, é porque precisavam mesmo mamar, seja porque tinham um buraquinho no estômago, porque estavam assustados, porque estão cansados, porque têm uma qualquer dorzita....
Imaginem viver, desde que se lembram (porque até os recém-nascidos têm memória, isso está provado) num ambiente calmo, quente, em que não há sensação de fome nem frio nem desconforto. Em que os sons que chegam aos ouvidos são essencialmente o ritmo de um coração, de um par de pulmões, da voz da mãe. De repente são empurrados para um mundo brilhante, barulhento, frio, onde há um sem número de sensações que não compreendem o que são, onde os sons reconfortantes são afastados para longe... Todos passámos por isto e há quem acredite que a forma como passámos por isto se revela também na nossa personalidade, na nossa experiência de vida.
E agora imaginem que uma das únicas coisas inatas que conseguimos fazer (mamar) é feita de forma limitada, a olhar para o relógio, ou de má vontade porque dói, ou em vez de mamar (que tem sempre o bónus de alimentar um pouquinho com o leite que trás) é substituído por coisas de borracha/plástico. Quão confuso e triste o bebé recém-nascido que tem de passar por isto.
Outra coisa que aprendi com este livro é que amamentar não dói. A mim de facto nunca doeu, mas conheço várias pessoas com essa queixa. Aquilo que dizem no livro é, claramente, procurem ajuda!! Há já em Portugal muitas conselheiras de amamentação que podem ajudar, quer por telefone quer fazendo uma consulta em casa, para despistar o que se passa. Pode ser simplesmente posicional. Pode ser algum problemita com o bebé. Mas quase tudo tem solução. E há várias pessoas que ao fim de vários meses (2, 3, 4 até) conseguiram finalmente descobrir o que estava errado e tiveram relação de amamentação muito feliz e completa com os seus bebés.
Que eu saiba não há versão Portuguesa deste livro. Quem se sente à vontade para ler em Inglês, é só encomendar aqui ou então aqui. E para quem tem dúvidas acerca daquilo que passou (para quem já é mãe) ou daquilo que vai/pode vir a passar (para quem vai ser em breve) basta visitar http://www.llli.org/ e aqui está um bom resumo daquilo que vem mais detalhado no livro.
O mais importante é a mãe decidir que é isto que quer para o seu bebé, que amamentar é mesmo o mais importante. A partir daí, qualquer dificuldade que surja pode ser ultrapassada com a ajuda de quem sabe e de quem partilha a mesma decisão.
Porque dar de mamar é uma relação. É uma dança que se dança entre mãe e bebé e que pode ter repercussões positivas, duradouras e muito agradáveis para toda a vida.
quarta-feira, 7 de março de 2012
And we're back! Com o pilas nº 2!! :D
Não só de volta ao mundo do blog mas também às considerações acerca de ter um bebé e o que isso envolve. Sim porque o "pilas nº2" vem a caminho! E já não falta muito! :)
As reacções a esta gravidez foram muitas e diversas. O comentário que talvez ganhe seja o típico "então agora é para a menina, não é?", seguido de muito perto por "nesta altura? 2 filhos?".... Ao primeiro comentário respondíamos sempre que não, qualquer que fosse o sexo deste bebé seriamos muito felizes; ao segundo respondíamos que mais dificuldades tiveram os nossos pais e avós e eles criaram os filhos deles.
A verdade é que, em relação à parte económica, é um falso problema. O verdadeiro problema na nossa sociedade hiper-mega-consumista é que que qualquer criança que venha a este mundo tem de ter à sua espera o quarto, berço, alcofa, carro de passeio, porta-bebés, roupa, fraldas, bonecos, mobiles, espreguiçadeira, banheira, troca-fraldas, cadeira de carro, biberons, esterilizador de biberons... and on and on. Tudo, claro, novo, a estrear, desembrulhado da caixa, acabadinho de vir da loja.
Ora, nós não somos assim. O berço do G. foi montado quando ele já estava nos meus braços; o carrinho de passeio foi comprado no EBAY já ele tinha uns 3 meses; banheira, ovo, espreguiçadeira e muita muita roupa foram em 2ª mão e optamos por fraldas reutilizáveis já a pensar que não nos ficaríamos por aqui em termos de prol.
As crianças crescem a um ritmo alucinante. Ainda ontem o nosso piolho me cabia no colo e agora já tem mais de 1 metro de altura! E as coisas de recém-nascido são o dinheiro mais mal gasto que pode existir, simplesmente porque têm um tempo de vida útil de alguns meses, em alguns casos. Por isso não me causa impressão nenhuma dar a roupa que usamos e usarmos as coisas que outros bebés já usaram. Poupamos dinheiro e poupamos o ambiente, que não tem de absorver as toneladas de cadeirinhas de passeio e banheiras que vão literalmente para o lixo para que outras novas se possam fazer.
Depois é um alivio para as pessoas que têm as coisas, que se vêem livres delas. Para quem, como nós, tem casa pequena, sem arrecadação, garagem ou outro espaço de arrumos, ter uma forma de despachar o que não se usa é uma bênção! Por isso, acredito veementemente que assim que "fecharmos a loja" (o que pode ser daqui a 1 a 3 crianças) tudo o que temos será oferecido a quem precisa ou colocado à venda, para que a sua vida continue a ser útil. :)
A outra questão, a do sexo, também ocasionou algumas gargalhadas entre amigos, já que para estes a frase "eu não quero fazer criação" foi muito usada. Se eu queria ter uma menina agora que tenho um rapaz? Não! O que queremos e sonhamos é com uma família grande e feliz, seja ela constituída por rapazes, raparigas ou um mix dos 2 sexos. É que não queremos mesmo saber! E a verdade é que quisemos saber o sexo do bebé apenas por uma questão prática: compramos mobília de quarto para 2 rapazes ou algo unisexo que dê para um rapaz e rapariga partilharem? Porque de outra forma, não quereríamos saber outra vez, para desconforto de muita gente à nossa volta.
Na verdade, as pessoas que mais querem um determinado sexo geralmente têm o outro. E claro que o desapontamento inicial é muito grande, porque também a expectativa era muito grande. É a velha questão aquando da escolha do Papa: "quem entra Papa, sai Cardeal".
Por nós, estamos felicíssimos por termos mais um menino (ainda que sem nome, mas esse assunto fica para outro dia). Vai com certeza ser bastante diferente do irmão, pelo que não é a questão do "já sabemos o que nos espera". Não. Estamos felizes porque queremos ter outro filho saudável e feliz, independentemente do sexo que tenha! Quando formos ao 3º, acho que não vamos querer saber também. E que felicidade vai ser quer seja um menino! E que felicidade vai ser se for menina! :)
As reacções a esta gravidez foram muitas e diversas. O comentário que talvez ganhe seja o típico "então agora é para a menina, não é?", seguido de muito perto por "nesta altura? 2 filhos?".... Ao primeiro comentário respondíamos sempre que não, qualquer que fosse o sexo deste bebé seriamos muito felizes; ao segundo respondíamos que mais dificuldades tiveram os nossos pais e avós e eles criaram os filhos deles.
A verdade é que, em relação à parte económica, é um falso problema. O verdadeiro problema na nossa sociedade hiper-mega-consumista é que que qualquer criança que venha a este mundo tem de ter à sua espera o quarto, berço, alcofa, carro de passeio, porta-bebés, roupa, fraldas, bonecos, mobiles, espreguiçadeira, banheira, troca-fraldas, cadeira de carro, biberons, esterilizador de biberons... and on and on. Tudo, claro, novo, a estrear, desembrulhado da caixa, acabadinho de vir da loja.
Ora, nós não somos assim. O berço do G. foi montado quando ele já estava nos meus braços; o carrinho de passeio foi comprado no EBAY já ele tinha uns 3 meses; banheira, ovo, espreguiçadeira e muita muita roupa foram em 2ª mão e optamos por fraldas reutilizáveis já a pensar que não nos ficaríamos por aqui em termos de prol.
As crianças crescem a um ritmo alucinante. Ainda ontem o nosso piolho me cabia no colo e agora já tem mais de 1 metro de altura! E as coisas de recém-nascido são o dinheiro mais mal gasto que pode existir, simplesmente porque têm um tempo de vida útil de alguns meses, em alguns casos. Por isso não me causa impressão nenhuma dar a roupa que usamos e usarmos as coisas que outros bebés já usaram. Poupamos dinheiro e poupamos o ambiente, que não tem de absorver as toneladas de cadeirinhas de passeio e banheiras que vão literalmente para o lixo para que outras novas se possam fazer.
Depois é um alivio para as pessoas que têm as coisas, que se vêem livres delas. Para quem, como nós, tem casa pequena, sem arrecadação, garagem ou outro espaço de arrumos, ter uma forma de despachar o que não se usa é uma bênção! Por isso, acredito veementemente que assim que "fecharmos a loja" (o que pode ser daqui a 1 a 3 crianças) tudo o que temos será oferecido a quem precisa ou colocado à venda, para que a sua vida continue a ser útil. :)
A outra questão, a do sexo, também ocasionou algumas gargalhadas entre amigos, já que para estes a frase "eu não quero fazer criação" foi muito usada. Se eu queria ter uma menina agora que tenho um rapaz? Não! O que queremos e sonhamos é com uma família grande e feliz, seja ela constituída por rapazes, raparigas ou um mix dos 2 sexos. É que não queremos mesmo saber! E a verdade é que quisemos saber o sexo do bebé apenas por uma questão prática: compramos mobília de quarto para 2 rapazes ou algo unisexo que dê para um rapaz e rapariga partilharem? Porque de outra forma, não quereríamos saber outra vez, para desconforto de muita gente à nossa volta.
Na verdade, as pessoas que mais querem um determinado sexo geralmente têm o outro. E claro que o desapontamento inicial é muito grande, porque também a expectativa era muito grande. É a velha questão aquando da escolha do Papa: "quem entra Papa, sai Cardeal".
Por nós, estamos felicíssimos por termos mais um menino (ainda que sem nome, mas esse assunto fica para outro dia). Vai com certeza ser bastante diferente do irmão, pelo que não é a questão do "já sabemos o que nos espera". Não. Estamos felizes porque queremos ter outro filho saudável e feliz, independentemente do sexo que tenha! Quando formos ao 3º, acho que não vamos querer saber também. E que felicidade vai ser quer seja um menino! E que felicidade vai ser se for menina! :)
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